Entre os 38 vencedores do Orçamento Participativo Portugal (OPP), encontra-se um único projeto da área da agricultura. Recolheu 221 votos e intitula-se “Transformação de variedades de maçãs tradicionais”. É um projeto de âmbito regional, com impacto para a Área Metropolitana de Lisboa, com um valor de investimento de 70 mil euros.
O projeto número 689 pretende, através do processo de transformação de variedades de maçãs tradicionais, acrescentar valor à atividade agrícola, contribuir para a fixação da população rural e contrariar a desertificação.
Apesar de se verificar, um único projeto de agricultura, em sentido restrito, vencedor nesta primeira edição do OPP, convém referir outras ideias vencedoras deste OPP, mais ou menos próximos da área de influência da agricultura e do desenvolvimento rural:
- “Fogo frio: a ciência ao serviço da prevenção de incêndios” – a prevenção de incêndios com base na técnica do fogo frio;
- “Tabernas do Alentejo – arte e ciência” – a valorização da cultura do vinho e da vinha em terras vinícolas do Alentejo;
- “Guia do Parque” – a promoção da formação de pessoas em situação de desemprego para se tornarem "guias locais" da Costa Vicentina e contribuir, assim, para o desenvolvimento do território;
- “Moinhos do Rio Degebe: contributos para a salvaguarda da memória” – o conhecimento e o registo para a valorização e divulgação de um património que remete para atividades agrícolas tradicionais da ceifa, da moagem e do pão;
- “Tauromaquia, património cultural de Portugal” – o lançamento de um processo de inventariação e classificação dos elementos relevantes que caracterizam a cultura tauromáquica presentes no território nacional;
- “Criação de uma escola de artes e ofícios” – o desenvolvimento de atividades formativas que visam recuperar/manter ativas tradições dos concelhos envolvidos;
- “Aveiro e Albergaria ligados pela ria” – o levantamento exaustivo das tradições socioculturais dos concelhos de Aveiro e Albergaria, disponibilizando o resultado às associações culturais, para estas poderem enriquecer o seu património e promover a sua divulgação;
- “Contos e lendas transmontanas” – a coleção de contos infantis que retrate uma história ou lenda de cada freguesia (ou união de freguesias) dos municípios de Bragança e Vinhais;
- “O teatro e as serras” – a valorização dos territórios do interior como espaços de experiências no domínio da criação literária e artística, em contraponto com os “tradicionais” centros de criação nas zonas urbanas;
- “Agricultura e Cultura: Uma Relação Promissora; Intercâmbio de (Agri)Cultura” – a promoção do intercâmbio entre concelhos agrícolas e litorais para trazer o conhecimento e experiência na produção agrícola ao cidadão comum nomeadamente aos jovens;
- “Recuperação do bordado da Madeira” – a recuperação dos bordados da Madeira dando formação às reclusas dos estabelecimentos prisionais da Madeira;
- “Festa da Nossa Senhora dos Navegantes: quando imagens e gentes fazem uma romaria sobre as águas” – o registo de uma atividade de Património Cultural Imaterial para dar um veículo positivo de identidade local e promover um encontro entre gerações;
- “Rota cultural e etnográfica das ribeiras da Arcês, Rio Frio e Rio Tejo” – a criação de uma rota pedestre de cariz cultural e etnográfica em zonas de vestígios de património antigo e outro.
O montante global do OPP 2017 é de três milhões de euros, dividido em montantes iguais de 375 mil euros pelos oito grupos de propostas: nacionais; cada um dos cinco grupos regionais de Portugal continental (Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve); os projetos da Região Autónoma dos Açores e da Região Autónoma da Madeira.
Para 2018, o primeiro-ministro, António Costa, quer aumentar essa verba a inscrever no Orçamento de Estado para cinco milhões de euros.
